O AUTOR
Renato Cunha é cineasta, escritor, designer gráfico e produtor cultural. Cinema riscado é seu quarto livro sobre cinema. Antes dele, publicou As formigas e o fel (2006), Cinematizações (2007) e O cinema e seus outros (2009).
ORELHA
Cinema riscado traz uma reunião de 46 crônicas-ensaio sobre cinema que escrevi de 2007 a 2011 para a coluna de mesmo nome na revista eletrônica Verbo21.
Durante esse processo de reflexão sobre o cinema, procurei variar meus textos entre a inestética e a inestática, sem a obrigação de alterná-los e ciente de que, no fundo, essas categorias se complementam. A primeira não quer o cinema como objeto filosófico, e sim a voz filosófica que ele emite, ou os efeitos intrafilosóficos. A outra, a inestática, palavra paródica, afasta-se do cinema como objeto político — de um cinema persuasivo, fato recorrente —, preferindo o desequilíbrio da voz política que ele ou qualquer expressão cultural são capazes de produzir quando lidos.
A ideia do termo “riscado” vem de um duplo sentido: esboçado (sem pormenores analíticos) e excluído (com filmes e temas desinteressantes à mídia). Nem sempre, é claro, consegui me manter fiel a esses dois mandamentos, mas tudo que escrevi partiu de minha vontade de compreender o cinema, mesmo sabendo que ele jamais deixaria isso acontecer. O que acabei fazendo, então, foi evidenciar mais o fora de quadro do que o quadro.
Renato Cunha