Clique no ícone para ler o prefácio na íntegra >>>
O AUTOR
Francisco K é poeta e crítico, nascido no Recife e criado em Brasília. Fez graduação em letras e mestrado em comunicação na UnB. Apresentou trabalhos multimídia em eventos como Labirinto Transparente (1987), Afrofuturismo (1999), Obranome 2 e 3 (2008 e 2013) e, presentemente, no youtube (franciscok1001). Publicou os livros Aresta/Hagoromo (1990), 1001 (1997), Eu versus (1999), Poesia aporia (2002), Diz (2007) e Poesia? e outras perguntas: textos críticos (2011).
TRECHO DO PREFÁCIO
Compõem o substrato da poética de Francisco K tendências radicais e inovadoras do fazer poético. Poesia é sua religião e pólis. Percurso iniciado há 25 anos com uma obra de beleza rara e estranha, como a da própria Tennin, personagem desse seu primeiro livro: Aresta/Hagoromo. Enquanto a Tennin baila para obter o seu manto sagrado de volta, Francisco produz escritas dançarinas, ora logopaicas, fanopaicas, ora densas ou irônicas. Tennin kaquiana também samba, Francisco K parangoleia sem manto e quer copiar e recriar, colando sambas. Coisa de malandro... opa! Já estou entrando no poema “Samba”.
Error... é sem dúvida o seu livro mais inventivo e arriscado, potencialização da poesia do estranhamento. Profundamente metalinguístico, cinematográfico e político. A obra é dividida em três poemas: “Error” (que dá título ao livro), “Sublevação” e por último “Samba”.
Em 1997, lança o seu segundo livro: 1001. Em que está presente a força da poesia visual. Nessa estética intersemiótica encontramos a influência da poesia concreta, neoconcreta e poema processo. Nascem depois Eu versus, Poesia aporia e Diz. Nessas obras movidas pela tradição da ruptura emergem elementos como o quase-verso, a busca da concisão e condensação.
A valorização da estética do mínimo, unida a jogos de invenção da linguagem, leva a caminhos imprevisíveis em sua fatura poética. Percurso esse instigador e problematizante.
A obra Error assume outra roupagem, seus poemas são bem extensos comparados aos outros. E por vezes quer ser narrativa, dentro de uma forma marcadamente fragmentária. Também utiliza a colagem como procedimento estruturante do poema, em “Sublevação” e principalmente em “Samba”. Bebendo em vários autores. Pegando pedaços de várias criações.
Lurya Nascimento