[Coleção Osman Lins, n. 1]
Osman Lins autografando, em Ribeirão Preto/SP, seu primeiro livro, o romance O visitante, de 1955, lançado em segunda edição pela editora Martins (1971). Fundação Casa de Rui Barbosa, Arquivo Osman Lins. © Espólio de Osman Lins.
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AS ORGANIZADORAS
 
Elizabeth Hazin
Doutora em Literatura pela Universidade de São Paulo.
Professora do Instituto de Letras da Universidade de Brasília.
Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq.
 
Francismar Ramírez Barreto
Doutora em Literatura pela Universidade de Brasília.
 
Maria Aracy Bonfim
Doutoranda em Literatura da Universidade de Brasília.
Professora do Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal do Maranhão.
ORELHA
 
O que vem a ser palindromia, esta palavra enigmática com sonoridade e grafismo poéticos? Para decifrá-la, é preciso recorrer a palíndromo, que, à letra, significa “aquilo que corre em sentido inverso”, a partir de seus elementos de composição do grego: pálin, “inversamente”; e drómos, “ação de correr”. Poeticamente, pode-se enxergar nessa corrida inversa um retorno pelos passos de ida. A palindromia, então, seria isso, essa ida e esse retorno, algo como caminhar na areia e depois voltar sobre as próprias pegadas.
 
O famoso quadrado mágico composto por cinco palavras latinas de cinco letras encontrado em vários pontos da Europa forma o palíndromo SATOR AREPO TENET OPERA ROTAS, que carrega certo mistério até hoje em razão de a palavra arepo não ter registro em latim. Osman Lins parte dessa frase, interligando uma espiral e um quadrado, para construir sua obra-prima, o romance Avalovara (1973), no qual o narrador expõe dois significados: “O lavrador mantém cuidadosamente a charrua nos sulcos” e “O lavrador sustém cuidadosamente o mundo em suas órbitas”. E diz: “Sobre um campo instável, o mundo, reina uma vontade imutável”.
 
E os 25 ensaios de Palindromia — um para cada letra do palíndromo, com seus títulos simbólicos que dialogam com a tessitura osmaniana — constituem uma corrente imutável, palindrômica, tendo em vista que o fim de cada um coincide com o início do seguinte, e o do último com o do primeiro. É aquilo que Avalovara faz conhecer, na analogia do palíndromo com a anfisbena, serpente mitológica de duas cabeças, uma em cada extremidade: “concepções da inquietude humana, sem princípio e sem fim, ou cujo fim, se existe, coincide com seu próprio início”. Além disso, Palindromia se destaca por seus autores, revelando no mesmo nível a diversidade de pensamento e experiência de graduandos, mestrandos, mestres, doutorandos e doutores — alunos e professores — de 10 universidades do país.
 
Aqui está Palindromia, livro importante para a fortuna crítica de Osman Lins, autor de 21 livros e de trânsito fluido pelo romance, conto, narrativa de viagem, dramaturgia, novela, ensaio e ainda literatura e teatro infantis. E, como dizem as organizadoras na apresentação, é possível afirmar que Palindromia se encaixa na modalidade do elucidário, pois traz elementos que podem ser tidos como conceitos-chave para a valoração da obra do escritor. É isso, Palindromia é um elucidário; elucidário que, de mãos dadas com o lúdico e o teórico, passeia pela significativa escrita tramada de Osman Lins.
 
Renato Cunha
editor
preço
R$ 45,00
 
assunto
crítica literária
 
capa
Renato Cunha
 
páginas
352
 
formato
16 x 23 cm
 
acabamento
brochura
 
lançamento
18/12/2014
 
isbn
978-85-66342-10-9
ELIZABETH HAZIN, FRANCISMAR RAMÍREZ BARRETO e MARIA ARACY BONFIM (orgs.)
PALINDROMIA